terça-feira, 21 de junho de 2011

[Resenha] 1984 - George Orwell

Bom dia gente!
Já avisando, encontrei um livro dos que já estava com saudades. Aqueles que põem a cabeça a funcionar, que coloca as ideias em contradição e as noites na espera.



Editora: Nacional
Autor: George Orwell
ISBN: 8504006115
Ano: 2003
Edição: 29
Número de páginas: 302



Sinopse: Este livro não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984, o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.
Nova edição com apêndice da Novilíngua.


George Orwell é conhecido mundialmente e um dos escritores mais famosos do século XX, com outros importantes livros, os quais alguns são, A Revolução dos Bichos, Lutando na Espanha, A filha do Reverendo etc. No entanto, seu livro 1984 foi o que mais chamou a atenção e continua até hoje muito procurado, por tratar de um regime político e totalitário, com grande repressão ao povo. (Livro este que eu diria, em si, parecer-se com certas normas atuais. Embora outras não, é e não é um reflexo de nossa sociedade futura).

Como disse Orwell: “Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre.”

O livro é todo escrito em terceira pessoa, com enfoque principal em Winston Smith. Havia um Partido, onde quem comandava era o Grande Irmão, presidente da Oceania (digamos assim), nesse período existiam três potências, a Lestásia, a Eurásia e a Oceania, Winston era membro do partido externo, no Ministério da Verdade (em novilingua, Miniver), onde seu trabalho se resumia a "reparar erros" de edições, livros, jornais, revistas, tudo quanto fosse registro da época, dizia-se que a guerra sempre fora contra a Eurásia,e se de repente, a Oceania passava a ser aliada desta e em guerra contra a Lestásia, logo, os registros estavam errados e o partido nunca errava, devia-se reparar estes erros o mais rapidamente possível.

Winston já vinha tentando lembrar-se se antes de o Grande Irmão (eu diria que semelhante a Stalin) assumir o comando do país, as coisas eram melhores, se havia menos trabalho?, mais comida?, se existia guerra ou não existia?, mas não há como saber, segundo os livros de história sempre houve guerra, e sem a guerra, houve uma época mais sombria e remota, época em que a Inglaterra era dominada pelos ricos, os quais escravizavam os pobres, homens que andavam de cartola e era preciso curvar-se quando via-os na rua, uma época e burgueses e suas ordens.

Com tantos pensamentos confusos na cabeça, Winston precisava se abrir, verbalizar as ideias, mas era perigoso, existia a crimideia, se o pegassem pensando contra o partido, falando com quem quer que fosse, então, seria preso pelo Ministério do Amor, e torturado até a morte. Para minimizar a angústia, ele compra um caderno papel e um caneta, objetos proibidos por lei, e passa a escrever tudo quanto lhe assoma as ideias, como suas suspeitas sobre os ideais do partido, em manter o povo sob controle, sempre alterando a história, não deixando se ter um passado, ou a ideia de um futuro.
Não se pode pensar num futuro "melhor" se não sabe-se o que é melhor, não há como fazer relação, tudo é, era e sempre foi o Partido, sempre foi a "mesma coisa", sempre houve guerra, sempre houve pobreza, e ódio contra os inimigos, não "existiu" nada a mais.

A melhor e grande invenção, para o Partido continuar sua gama de poder, com certeza fora a Imprensa e a Televisão, a possibilidade de transmitir e receber simultaneamente, com isto, o Partido passou a poder fiscalizar 24 horas por dia os passos de seu povo, observar como eram em casa, na rua, no trabalho e fora dele, na hora de dormir, se mancomunavam com outros em lugares ermos ou em bares suspeitos, era impossível a traição, pois tamanha era a vigilância, havia teletelas em todos os lugares. Encontrar-se com uma pessoa era comum, mas com um grupo maior que três era suspeito, e a polícia do Pensamento podia pegá-los prendê-los sem ao menos avisar o Por quê?

Winston já fora casado, mas separara-se porque sua mulher seguia fielmente os ideias do Partido. Era fria, queria ter filhos para o partido, mas era da liga Antisexo, mesmo na sociedade o sexo era visto de maus olhos, proibido sentir prazer, proibida a ideia de amor fraterno, ou entre casais, o amor familiar, tudo era apenas um caminho para continuidade da nação e nada mais. Amar somente ao Grande Irmão!

Em uma noite Winston caminhava onde tecnicamente não deveria estar, fora o mesmo local onde comprara o papel e a caneta. Encaminhando-se a loja, percebeu que vinha alguém, e teve a sensação de estar sendo seguido por um componente da polícia do pensamento.
No outro dia, estava no trabalho, e avistou uma mulher, encontrara ela outras vezes, mas agora percebia que era ela quem o seguira na noite anterior, e quando retornava a seu local de trabalho, a mulher simulou um tombo e passou-lhe um bilhete escrito: Eu te Amo! Era proibida a conversa entre pessoas de sexos opostos a menos que fosse profissional.
Semanas passaram-se até Winston apenas trocar palavras com ela, mas conseguiram marcar um encontro, e outros mais...Com Júlia era diferente, era também sabia as verdades do partido, como era, tinha prazer em fazer o que era proibido.
Winston, porém queria mais, e procurou entrar na fraternidade, movimento que tecnicamente existia contra o partido, o grande inimigo, Goldstein, quem fundara a Fraternidade.
Tudo a partir da hora em que torna-se membro deste movimento, é perigoso, e no entanto entrara, agora resta saber se vive ou se morre?!!!

Vou falar uma coisa p/ vocês. Se eu pudesse escrever muito mais, escrever cada detalhe tecnico que tem no aprofundamento dessa obra.
É uma grande crítica a sociedade, e sabemos o quanto nossa sociedade vem sendo "democrática".
Quiça continue este livro sendo apenas mera ficção, mas creio que a Novilingua não demora, creio que as guerras constantes estão por aí, vale a pena abrir os olhos e ver direito o que nos dizem, em que acreditamos e o que deixaremos para o futuro.
Esse livro é um especial!!! Para quem gosta de uma boa reflexão e ficção.

2 comentários:

  1. Esse é um dos meus favoritos. Tbm ja li A revolução dos bichos e achei fantástico!!!
    Pretendo ler muito mais de Orwell.
    Esse livro é bastante reflexivo. Não é uma leitura rápida, pois assim vai passar muita coisa despercebida. Tem cada trecho impactante... E Apesar de ser escrito em 1948 trata de um tema 'atual'.
    Com certeza vale muito a pena ler 1984 !!

    "Guerra é paz,

    Liberdade é escravidão,

    Ignorância é força."

    Ameiii a resenha!! *-*

    BeeijO ♥

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  2. Blanda!
    A primeira vez que li esse livro foi em 1978, era adolescente e fiquei impressionadíssima com ele, contava os anos para chegar em 1984 e ver se as coisas do livro iriam se concretizar - #sinistro!kkk
    Bom demais!
    cheirinhos
    rudy

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