sexta-feira, 31 de maio de 2013

[Palavreando com o leitor] Qual poder você escolheria?

Buenas galerinha,

tenho de me desculpar ao dobro, com juros e tudo mais que pretendam cobrar. Uma semana sem postar, e na próxima, ainda o faço tarde.
Mas hoje o atraso é causa nobre e a consequência justa.
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Lia esses dias um artigo "Ética e Caráter - Douglas Scortegagna", e o que me chamou muito a atenção fou a seguinte citação.
"Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter." (Oscar Wilde)

Lembrei instantaneamente de uma pergunta: "Se você pudesse escolher entre os poderes voar e ficar invisível, sua resposta seria?"
(Pergunta idiota, Blanda, por que estragar uma frase tão bonita do Wilde?!)
Enfim... Tem um motivo, sabe?

Essa pergunta saiu durante um dia no trabalho, e a seguir, a resolução. Alguém na empresa teria lido em um teste, que ambos os resultados possuem um significado.

Aquele que escolhe o poder de ficar invisível, provavelmente analisa o fato de poder realizar coisas as quais não faria quando estivesse sendo visto, e leva a crer que pretende "infringir as leis do homem em sociedade", ou mesmo ataque à ordem pública, ou mesmo fazer coisas que você não faria se alguém estivesse olhando. Simples assim.
Seja como for, atos que, se visíveis, não seriam de forma alguma aceitos, tolerados ou mesmo executados pelas 'criaturas' que escolheram tal poder, porque a sociedade formou um caráter aceitável para as pessoas.

Já aquele que houvesse escolhido o poder de voar, teria apenas levado em consideração a velha e conhecida vontade de ser o Superman e/ou algum herói aí que voasse, não ter trânsito, nunca mais precisar se preocupar nos dias de chuva, cuidar e desviar das poças (nunca lembro de desviar).
Também considerando que voar, não aboliria o fato de estar sendo visto, a pessoa que escolhe esse poder não teria a gana (desejo) de executar algo que, de acordo com os padrões de vida atuais, seriam, humm... inaceitáveis ou ilegais, ou mesmo estranhos... vai saber!

***

(Vamos colocar aqui um adendo que, brincadeiras não serão consideradas infrações;
Molhar um amigo, batendo numa árvore, em dias de chuva é perfeitamente normal e aceitável na sociedade!;
Esconder objetos de amigos só para vê-los furiosos, não é considerada infração!;
Irritar irmãos puramente por amor, não é infração!!!
Podemos discutir as demais exceções em outra ocasião...)
***

Ademas, não desviemos do assunto...


Achei tal pergunta estranha e interessante. Quem já leu "A república- Platão" deve ter gostado (ou não) dos questionamentos sobre o "Anel de Gyges". 
A história do anel é a seguinte:
Imagine um anel, que girando com tal movimento específico, faça você ficar invisível e novamente visível sempre que lhe der vontade. Imagine ainda que, ninguém além de você sabe da existência de um objeto com tal poder e, sendo assim, não o poderão culpar de nada...

Nesse diálogo existe a seguinte passagem de Glauco e Sócrates, numa hipótese:

"Supondo que existissem dois desse anéis. Se um fosse dado ao homem justo e outro ao homem injusto, acredito que nenhum deles seriam tão perseverante em persistir nas veredas da justiça e conservar a força moral para não lançar mão dos bens de outrem sem sequer tocá-los, uma vez que lhe ofereceria a possibilidade de levar do mercado o que quisesse, de entrar nas casas e unir-se com quem desejasse, de matar a uns e de libertar a outros, segundo sua própria vontade, e de fazer tudo como se fosse um Deus entre os homens."(A república - Platão) 
Considerando somente essa passagem, já podemos entender a que conclusão Glauco pretendia chegar, algo parecido ao que Thomas Hobbes, infelizmente, também considerou, e que todas as vezes que ouço reviram -me as entranhas só de cogitar a ideia (de um ser 'humano' ser capaz de pensar tal coisa) que "o homem é mal por natureza".

Não digo que todos são santos, nem digo que todos são o contrário... Apenas digo que generalizar atos de alguns como a maioria de um todo é, no mínimo, falta de compreensão do mundo.


Voltando ao foco...

Fazendo essa pergunta a crianças, a resposta, em sua maioria esmagadora, será sempre "voar, claro!".  Fiz o teste, e não há dúvidas, crianças nem ao menos veem graça em invisibilidade...


Desconsiderando o que falei antes, as perguntas são as seguintes:
-> Se, tivesse a escolha nas mãos, escolheria o quê? Qual poder? E por quê?
(Sim, pode ser que alguémme convença que ser invisível é mais legal útil do que voar. =D
-> E, se acreditam no 'homem é mal por natureza', sendo a vida moderna mera convenção social para vida em sociedade?

Comentem!!!

P.S: Bom fim de semana, pessoas.

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