sexta-feira, 25 de outubro de 2013

[Resenha] O castelo dos Pirineus - Jostein Gaarder

Buenas gurizada,

Semanas andam mais alucinadas que papa-léguas fugindo do coiote, mas vamos fazer um pit stop, porque uma resenha de Jostein Gaarder sempre merece seu espaço.




Editora: Companhia das Letras
ISBN: 8535916829
Ano: 2010
Páginas: 177
Tradutor: Luiz Antônio de Araújo

Sinopse: O Castelo nos Pirineus - Jostein Gaarder Por cinco anos intensos na década de 1970, Steinn e Solrun foram felizes. Então tomaram rumos diversos, por razões desconhecidas a ambos. No verão de 2007, depois de trinta anos distantes, eles se encontram por acaso no terraço de um velho hotel de madeira às margens de um fiorde no Oeste da Noruega, um lugar intimamente relacionado à separação no passado. 
Mas terá sido esse encontro, em lugar tão significativo, um mero acaso? Buscando respostas a essa pergunta, e para entender como um relacionamento que prometia ser duradouro pôde acabar subitamente, o ex-casal começa uma frenética troca de e-mails - a matéria e a forma deste novo romance filosófico de Jostein Gaarder, que desta vez conta uma história de amor para discutir o embate entre o racionalismo e a espiritualidade. 
Na linguagem dessas missivas apressadas que inundam nossa vida cotidiana, os dois esboçam visões de mundo antagônicas e explicações contraditórias para o fim do romance. De um lado, o climatologista Steinn apenas crê no que pode ser provado pela ciência e pela razão. De outro, Solrun, uma mulher religiosa, acredita na transcendência, em um espírito além do corpo e de nossa existência terrena. Disso resulta que as experiências compartilhadas pelos dois no hotel no litoral (a de trinta antes e a do verão corrente) serão entendidas de modo muito distinto por cada um. Apesar de se respeitarem, eles não podem concordar com a concepção do outro - até que suas certezas sejam postas à prova.



Vou fazer o que não costumo, que é falar da aparência. Sim, a capa é no mínimo eloquente, se tu já tens a bagagem de leitura de Jostein Gaarder e depara com uma capa dessas, logo imagina qual não foi a viagem do autor até referenciar tal imagem no livro...

Senti um leve desvio do autor quanto ao tema clichê dele próprio, geralmente foca na filosofia existencialista, e neste pude ver um Gaarder mais voltado a metafísica e questões, podemos dizer, teórico-criacionistas?
Duas personagens que, durante cindo anos viveram uma vida toda... Um presente vivido no presente, a intensidade do amanhã incerto, e por isso, um hoje sempre bastaria por todos os amanhãs seguintes...

Solrun e Stein, namorados por cinco longos anos, por 1496 dias, eles foram o casal enfrenta-todas. Ambos tinham em comum acordo sempre tentar saciar a vontade do outro quanto a aventuras. Se desejassem esquiar num dia, e no outro acampar na praia, faziam. Se a ideia era ir ao estado vizinho apenas para olhar o pôr-do-sol, porque um dos dois teve vontade, iriam. Assim foi um dos desejos de Stein, em passar um mês como seus ancestrais bárbaros, uma vida nas cavernas, sem a tecnologia, a poluição visual, sonora, auditiva e, acrescentemos, por que não, a poluição social doentia, a perturbadora presença de muitas pessoas convivendo sobre um mesmo solo num raio de alguns vários km², mas nem mesmo se cumprimentarem, apenas o olhar velado de reconhecimento, a doença social.

Deveras, essa mania desenfreada de encarar a vida como uma aventura ininterrupta era fruto de algo maior. O medo, ou melhor, a incerteza! Solrun tinha a incerteza de quanto tempo uma vida pode durar, e quanto o durar pode significar uma vida. E amanhã? E depois? E a morte? Há morte? E todos esses acontecimentos inexplicáveis?

Visto de perto, eram perfeitos um para o outro, mas as dúvidas e crenças jamais podem ser esquecidas. Solrun era naturalmente ligada a parte da vida, não religiosa, mas em ser o legado de algo maior, resultado de forças inexploradas e ainda não compreendidas. Em contrapartida, Stein era cético, pseudo-cientística, aspirante à ciência não suposições, superstições.

Obviamente, isso não bastaria para separá-los, mas em um hotel, em alguma montanha, onde a vastidão de vizinhança era tal, qual possibilitou que tivessem a visão de uma "mulher amora", vestida, claro, da cor que lhe deu o nome. Mas, de onde surgiu? O que era? Morta? Fantasmas? Alucinação ou a vodka de ontem à noite? Eis que, Soltun cria numa explicação e empolgada nessa certeza, encontrou um livro sobre os mistérios da vida, algo em que acreditar. O livro. A gota d'àgua. Demais para que Stein pudesse continuar a compreender aquela que outrora lhe era tão familiar, tão conhecida. Separaram-se;
Não pelo fim do sentimento, mas pela existência invisível de algo que os fazia não conhecer-se mais.
Não é fantástico que, ainda que exista o sentimento antes tão fervoroso, pudesse separá-los por algo tão minimo? Não. Fantástico é a capacidade do ser humano em questionar-se ao fundo de cada átomo e ainda crer estar sozinho no universo.
Foram apenas duas pessoas enveredando-se no autoconhecimento, que viram-se barradas pela pessoa que lhe era mais próxima, e como jamais se pode barrar os porquês evocados na vida, barraram a pessoa que bloqueava o caminho.
Separados...

Quase 20 anos depois, Stein, casado e com filhos, Solrun, casada e também com filhos. Numa coincidência casual não premeditada da vida, esbarram-se num belo dia, onde há anos presenciaram a aparição da mulher amora, justo no hotel "daquilo", onde a separação sem confirmou, ambos sem aviso.
E assim tudo começa.
Decidem que, o fim inacabado solicita uma explicação, e como no passado ninguém disse o "basta", nem mesmo a causa da separação, ambos elegem a possibilidade de ter a chance em tentar entender o que aconteceu de fato, e trocam e-mails.

Cada e-mail leva a construção da discussão que adentra o campo do ateísmo e até onde a metafísica corresponde a uma realidade; o quanto os estudos sobre acontecimentos sobrenaturais são o resultado de algo maior, ou não, se fundamentados em crenças e superstições, talvez ainda, fruto de uma coincidência premeditada e/ou casualidade probabilística exata... (se é que isso existe), ou seja, dois personagens de credos distintos discutindo a fundo suas visões, sem o preconceito, apenas a discussão desinteressada de duas pessoas que "buscam", questionam-se...

Parafraseando o autor, acrescento que, chegam ao incontestável que, a vida de fato, é uma coisa fantástica e inexplicavelmente maravilhosa, que nada tem de compreensível.


Mais um vez eu ultrapassei as linhas que eu esperava, perdoem. Gaarder reafirmou por que estar entre meus favoritos.

6 comentários:

  1. Mds, colocam "Não ao plágio" e bloqueiam a "passagem do mouse" mas esquecem de, no código fonte, mudar para oculto. Meu deus qualquer animal sabe abrir o código e copiar por ali, arrumem isso !

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  2. Esse comentário ficou um pouco agressivo, estou avisando, não ofendendo ninguém. hahahah

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  3. A, eu já ia me esquecendo, pede pro seu admin da page mudar de HTML pra PHP, pow !! ahahhahah ! Pleno seculo XIX e ainda usam PHP !!! E tem varios bugs na page, tipo deixar o link exposto :" < img src="http://i41.photobucket.com/albums/e281/aliesh/botaolinke-me.jpg" border="0" />" Nem fala que foi de propósito que ninguém vai entrar no link assim !! #FikaDica !! Flww

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    1. Esqueci que não tem a opçao de editar. Pelo amor de deus !!! ahsuashuahuahusshua !!! Melhora isso programador !!

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  4. Verdade,pleno seculo XIX e ainda usam isso !! Concordo zHackerBR!!

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