terça-feira, 31 de julho de 2012

[Resenha] Memórias de um sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida

Buenas Gurizada!

Leitura agradável essa, gostinho de escola nela; lembrou-me os livros de Machado de Assis, somado a uma misturas de sabores. Nem é Machado, porque ainda não parece pleno Realismo, mas não me encaixa a ideia de ser Romance...  


Título: Memórias de um Sargento de Milícias
Autor: Manuel Antonio de Alemida
ISBN: 9788572323529
Páginas: 192
Editora: Martin Claret - Bb

Sinopse:  A linguagem popular e a vida das camadas pobres e médias são as protagonistas deste romance que faz uma crônica de costumes do Brasil de dom João VI. Publicado pela primeira vez como folhetim, este romance descreve a trajetória do anti-herói Leonardo, endiabrado filho de imigrantes portugueses que, após uma infância atribulada, escolhe a vadiagem como ocupação e, depois de inúmeros percalços, acaba se tornando um sargento de milícias.


Primeiramente publicado em folhetim pelo Jornal do Rio de Janeiro "Correio Mercantil" em Junho de 1852.
Não foi visto com bons olhos por seguir outra linha, outro estilo, na época eram os romances o sabor do momento, aclamados pelas donas e senhoras que queria finais felizes e heróis idealizados.
Manuel de Almeida só não fez maiores sucessos porque, digamos, nasceu na época errada, ou vendo de outra forma, escreveu numa época prematura para sua genialidade como escritor.

Leonardinho é o protagonista da história, mas não o narrador, a história é contada depois, como uma lembrança, contada aos que estão ouvindo e querem saber de um passado, de um Reino, e uma rua com um certo Major Vidigal que metia ordem na baderna e até em vagabundo. 
Quando tudo começou... Leonardo Pataca, pai do Leonardinho (assim chamarei aqui para diferenciá-los), e Maria-da-Hortaliça, mãe de Leonardinho; conheceram-se os dois num navio, embarcados de Portugal a caminho do Brasil. Nada romântico o encontro, uma conquista a beliscões, Leonardo Pataca só fez chamar atenção e logo começaram um namoro. 
Alguns meses depois temos o nascimento do Leonardo (Leonardinho, como disse acima), Leonardo Pataca tornou-se meirinho, orgulhoso e de estima, Maria-de-Hortaliça, mãe de grande esmero, cuidava do filho, da casa e do marido... Não demorou muito circulou boatos de estar sendo traído, e logo ele mesmo confirma. Leonardo Pataca é homem romântico, das antigas, ele dava carinho e casa, e esperava carinho e fidelidade, coisa que nunca teve sorte para receber. Separou da esposa, com a alma humilhada e abandonou o filho, que acabou por ficar com o padrinho, que lhe tinha muito apreço. 
Não era uma criança santa, mas das bagunças, das más brincadeiras, o horror futuro ao major Vidigal, que mantinha a região na linha. Desde jovem o padrinho tinha planos ao pequeno, formaria ele para ser padre, teria dinheiro e uma boa vida, mas era de mal caminho e as aventuras e desventuras de Leonardinho por fim levaram a uma vida de vadio. 
Vacilando no que seria o futuro de Leonardinho, o padrinho sempre a acompanhar-lhe e passando-lhe a mãe as trapaças e brincadeiras de mal gosto. 
O livro é a realidade do subúrbio, a baixa sociedade na época do Rei, as malandragens, os amantes, as fofoqueiras de plantão, os traídos e corações partidos. Leonardo Pataca é o típico azarado no amor, amou Maria, que lhe traiu, amou a cigana, e a cigana amou-o, porém também a outros muitos... 

É mais um livro que consagra a literatura brasileira.  
Eu super indico, leitura prazerosa! 

Contra-capa: "As primeiras qualidades deste livro que chamam a atenção são o dinamismo da narrativa e o humor. A história, muito divertida, é contada de forma ágil, os acontecimentos fluem com animação e graça, a linguagem é próxima do coloquial da época. O leitor é levado pelo fluxo envolvente das peripécias de Leonardinho, personagem que constitui o mais antigo exemplo literário de um tipo nacional de primeira importância: o malandro. E aqui, no que diz respeito à malandragem, encontra-se uma outra grande qualidade do livro: a originalidade. "

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