terça-feira, 16 de agosto de 2011

[Resenha] Quem matou Pacífico - Maria A. Barroso

Buenas Gurizada,


Livro 1º da série Novelas, romance policial.




Editora: Mercado Aberto
Autor: Maria A. Barroso
Número de Páginas: 151


Sinopse: 
"Quem matou Pacífico?" é o primeiro romance policial brasileiro de fôlego, conforme a tradição do gênero, fiel às regras antigas e novas, preso a uma estesia que, partindo do quem, do como e do porquê, envolve o leitor numa tensão crescente. Mais do que uma arte narrativa, há neste livro de Maria Alice, um esforço consciente de construção romanesca. O emprego do tempo interior acentua a busca de uma densidade literária que é, na ficcionista, constante, elaborada e racional. O livro se abre e se fecha, completo em si mesmo, como leque. (Hélio Pólvora)

Ele possui aquela linguagem simples, rápida, e um detalhe que me conquistou é a riqueza na descrição de situações, sensações e ambientes. Se passa em um pós período colonial, grandes senhores de terras, escravos, um preconceito muito marcante, tendo uma zona onde moravam os negros e outra aos brancos, não se misturavam.

Na cidadezinha esquecida pelas grandes Capitais, chamada Parada de Deus, chegou Roberto, homem viajado, que estudara nos EUA, onde fez seu curso de piloto, demitido várias vezes por estar sempre com a mulher "errada", geralmente de algum chefe.
Já estava deprimindo assim que chegou na cidade, veio para trabalhar como piloto do Aeroclube, mas teria logo de encontrar alguma distração para seus dias, alguém, e não era dado às mulheres da vida, teria de encontrar uma pela cidade.

Pacato, sossegado e pequeno, esse é o  ambiente da cidade, os maiores eventos ainda que mobilizavam o pessoal eram os enterros, únicos momentos em que se reunia muita gente, já que em cidade pequena todo mundo conhece todo mundo e todos sabem quem morre, quem ta doente e quem namora três pessoas ao mesmo tempo.

Existe quatro homens nesta cidade que não se pode esquecer quando se vai visitá-la (nem que seja por erro). Oceano Moura Alves (Rico e dono de escravos, descendente dos fundadores da cidade), Tonico Arzão, melhor delegado de todo o Rio de Janeiro, Joãozão o coveiro, dizem ser o melhor, pois que o cemitério está sempre um capricho e Pacífico de Moura Alves, irmão de Oceano, casou-se com sua escrava Idalina, Pacífico era conhecido por seu gosto pelas escravas às brancas de sua estirpe.

Conhecidos estes quatro, e respeitando-os você sobreviveria na cidade, a menos que se metesse com Luzia,  filha de uma "mulher da vida", seu Joãozão tinha se apaixonado. E a quem escolheu Roberto para ser seu objetivo e distração na cidade? A bela e indomável Luzia.
Parecia ela possuir alguma mandinga, pois que assim como Roberto e Pacífico, também o Engenheiro Pierre e o Garçom Pedro arrastavam um caminhão por ela. Já namorava a rapariga, quando estava na barbearia, (segundo lugar para se conseguir as melhores informações), Roberto ouviu do barbeiro que Luzia andava com três de uma vez, e isso sem falar naquele garçom que não sabe se vai ou se fica, não assume que a gosta.

Tinhoso como era ia sempre tirar satisfações, mas Luzia nem respondia, recebia os três e nada dizia sobre sua vida. O único a qual contava tudo era seu amigo, quase irmão, Péla-égua ou Zé, a ele ela contava, tinham uma história já, talvez mais complicada do que parecia...
Tudo fica problemático quando em dada noite, aparece morto no cemitério seu Pacífico, com certeza indo encontrar-se com Luzia, o que era sempre após às onze horas, segundo dizia, para lhe pedir em casamento.

O delegado Tonico logo se encarregou do caso, bateu a porta de Roberto, como primeiro passo, pois que sabia de seu caso com a menina. Interrogados os três homens, Roberto, Pierre e Pedro, misteriosamente, todos pareciam poder estar envolvidos, porque ambos sabiam dos casos de Luzia, tinham ciúme e estavam sós naquele dia, exceto Roberto, que fora ver Luzia no dia anterior e voltara tarde lá de cima, ambos ficaram detidos na prisão para a própria segurança, segundo o delegado, seu Oceano de Moura Alves já estava caçando os culpados pela morte do irmão.

Embrenhado em tantas histórias seu Delegado Tonico teria de rever todas suas teorias até agora feitas sobre o caso, e por essa razão chamou Luzia também para ser interrogada. Os passos e pistas estavam cada vez mais perto, quem teria matado o homem? Tantos possíveis candidatos, e o mais improvável também conta?!! Roberto, Pedro e Pierre poderiam por ciúmes, mas ainda tem outros que nem ouso citar ...

Boa história, pra se divertir, chove suspeito que nem velório naquela cidade. Cada dia tem um diferente por motivos desconhecidos. Hahaha
Gostei!

Para curiosos, demais livros da série:
2- A mulher Silenciosa (Deonísio da Silva)
3- Antes que o Teto Desabe (Roberto Gomes)
4- Cavalos e Obeliscos (Moacyr Scliar)

Um comentário:

  1. Muita gente não sabe, mas a cidade a "Parada de Deus" na verdade é Miracema - cidade na qual Maria Alice nasceu - e essa historia é baseada na vida real dos habitantes daqui!!

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