segunda-feira, 25 de março de 2013

Haikai - a foto em palavras

Buenas gurizada,


Dando asas a curiosidade, viajemos ao continente oriental para entender sua literatura fotográfica.



A típica poesia do Japão, o Haikai (Haicai), composto de 3 versos sem rimas, estruturado da forma 5-7-5 sílabas métricas. Não precisa ter um sentido para o leitor, o Kaikai é mais do palavras, trata-se da união de emoções, compreensão e  daquele que observa e transforma isso em palavras.

O grande percursor dos Haikaises foi Bashô Matsuo, nascido samurai e abdicando da vida guerreira, aderiu a simplicidade poética da vida.
Para muitos Japoneses o Haikai trata-se de um estilo de vida, observar as ondulações da vida e retirar dela o sumo, o mais importante, traduzindo em apenas 3 versos um momento.
Temos a fotografia feita de palavras!
Alguns Haikai de Bashô (lembrando que na tradução do japonês perde-se muitas vezes a forma métrica).

Um dos mais famosos Haikais de Bashô junto a uma análise do professor brasileiro, Paulo Franchetti. Diz-se que nesse Haikai Bashô reuniu toda sua filosofia de vida e através da análise realizada é possível compreender.



O velho tanque - 
Uma rã mergulha, 
barulho de água.

Quanto ao conteúdo, é notória a expressão de dois elementos, em separado, um imediato (o salto ruidoso da rã ) e um mais geral (o velho tanque).  
A separação (kireji) é feita pelo hífen. A percepção sensorial (visual e auditiva) do som da rã a saltar enquadra-se numa percepção sugestiva mais ampla, a do velho tanque que poderá evocar um velho jardim, velhas árvores de outras eras, o silêncio que permite escutar o barulho da rã, o repouso que permite acompanhar o seu salto para o tanque.
É um súbito elemento da natureza que inspira um ambiente, talvez de quietude, talvez de intemporalidade. É o movimento ruidoso da rã que define o imediato e efémero; é o velho tanque com suas águas que representa o eterno e intemporal. 
O hífen é o elemento de separação entre o que é físico e imediato e o que é mais amplo e passível de sugestões. Segundo a filosofia Zen, seguida por Bashô, podemos reconhecer no poema o conceito de iluminação súbita que permite a percepção da verdade: o movimento ruidoso da rã permite reconhecer o transitório e o eterno, que não se antagonizam mas se unem num instante único. E, no entanto, o poeta diz apenas que ouviu o som de uma rã saltando para dentro de um velho tanque. 
Nada mais diz, explica ou esconde. Aqui reside o conciso, o depurado, a simplicidade, a fluência e a beleza natural do haiku. A expressão minimalista que harmoniza o caos num único instante. (Haiku - Poesia tradicional)

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